Eram confusos, contraditórios, opostos. Sabiam muito um do outro, mas escondiam por trás de uma pseudo-antipatia. Evitavam conversas olho no olho, disfarçavam o sentimento com birras e empurrões na fila do recreio, criavam pensamentos completamente sem sentido idealizando um momento juntos, não eram amigos e nem namorados, muito menos ficantes ou enrolados. Mas separados, não sabendo muito bem o porquê. Ele conhecia cada forma de sorrir dela, cada mania, cada livro e músicas preferidas. Ela o observava sempre, reparava no seu jeito de falar e na sua forma de se vestir. Tinham muito em comum, e defeitos que se completavam como duas mãos unidas. Ele fazia o tipo engraçado e ao mesmo tempo calado, procurava sempre observar e falava somente o necessário. Já ela era espalhafatosa, escutava rock e música clássica, andava sempre com as amigas e não usava salto. Eram distantes corpo a corpo, mas unidos como poucos, de coração pra coração.

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